O Ato em Defesa da Cemig Saúde foi muito mais importante que o mais otimista dos eletricitários poderia imaginar. A manifestação do dia 20 de fevereiro, e seu desdobramento na Audiência Pública na Assembleia Legislativa, abalou as estruturas da gestão Zema na Cemig e na Cemig Saúde.
Leia aqui como foi a manifestação dos eletricitários: Aposentados brilham novamente no Ato em Defesa da Cemig Saúde

A primeira vitória da manifestação foi a suspensão da reunião do Conselho Deliberativo da Cemig Saúde, que começou às 9 horas e foi paralisada às 11 horas. Os conselheiros indicados pela Cemig só voltaram para a reunião às 15 horas, logo após o fim da manifestação. Coincidência? Parece que não.
Neste intervalo, de 9h às 11h, desistiram de votar as mudanças na Cemig Saúde que aumentavam a mensalidade em 60,5%, a retirada de patrocínio e a entrada de trabalhadores ativos e aposentados do BDMG/Desban na Cemig Saúde. Durante a sessão, os conselheiros eleitos apontaram diversas irregularidades contidas na pauta (ausência de documentos, descumprimento de decisão judicial e ausência de estudo atuarial) e as consequências para os conselheiros que a aprovassem.
Os conselheiros indicados empurraram a decisão para a Assembleia de Patrocinadoras. Medo de colocar o CPF na reta? Parece que sim.
Convocação dos presidentes da Cemig e Cemig Saúde
A direção da Cemig também foi tomada de choque e pavor. Segundo apurou a ABCF, eles foram surpreendidos pela convocação dos presidentes Reynaldo Passanezi Filho, da Cemig, e de Anderson Ferreira, da Cemig Saúde, para darem explicações sobre as últimas alterações no plano de saúde.
O terror na Cemig ampliou-se. Além da convocação dos presidentes, os deputados estaduais Betão (PT), Beatriz Cerqueira (PT) e Leleco Pimentel (PT) aprovaram outros oito requerimentos que acionam Tribunal de Contas do Estado (TCE), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Ministério Público do Trabalho (MPT) para analisarem a prestação de contas de Cemig e Cemig Saúde, a regularidade das alterações no Estatuto da Cemig Saúde e denúncias de perseguição e assédio moral na Cemig.
Não ficou por aí. Os deputados estaduais querem ter mais informações sobre o salário de Anderson Ferreira (veja aqui matéria da ABCF), antes pago pela Cemig e agora sob responsabilidade da Cemig Saúde.
A ABCF publicou todas essas informações às 18h35min. Site, redes sociais e rede neural da ABCF receberam centenas de acessos, likes e comentários imediatamente. Em pouco tempo, eletricitários foram informados e passaram a notícia pra frente. Viralizou.
Às 19h11min, o caldo entornou de vez. A rádio Itatitaia, maior emissora de Minas Gerais, deu a notícia da convocação em seu noticiário noturno. O trecho da notícia foi recortado e rapidamente se espalhou pelos grupos de WhatsApp dos eletricitários.
Detalhe importante: funcionários ligados ao governo estadual são obrigados a comparecer sob de pena de responder por crime de responsabilidade.
Estava formada a tempestade perfeita.
Leia também: A pedido de entidades, Assembleia Legislativa convoca presidentes da Cemig e Cemig Saúde e aciona TCE
Demissão
O diretor responsável por monitorar os temas de interesse da Cemig na Assembleia Legislativa, que já estava balançando no cargo, foi duramente cobrado na sexta-feira, 21 de fevereiro, um dia após a Manifestação dos eletricitários. Certamente, eles não esperavam que as consequências da Manifestação fossem tão longe e não foram alertados a tempo de contê-las. Ato contínuo, João Paulo Menna Barreto foi demitido da Diretoria de Relações Institucionais da Cemig.
Cronologia dos fatos do dia 20/02/2025
- 9h – Começa a reunião do Conselho Deliberativo da Cemig Saúde para deliberar sobre prestação de contas da operadora, aumento de 60% nas mensalidade, retirada de patrocínio e entrada dos trabalhadores ativos e aposentados do BDMG/Desban na Cemig Saúde, entre outros temas.
Ao longo da reunião, os conselheiros eleitos apontaram diversas irregularidades contidas na pauta (ausência de documentos, descumprimento de decisão judicial e ausência de estudo atuarial) e as consequências para os conselheiros que a aprovassem.
Os conselheiros indicados pelas patrocinadoras manifestaram-se favoráveis (mas não coloaram em votação) ao aumento da mensalidade, à retirada de patrocínio e à entrada do BDMG na Cemig Saúde. Eles decidiram não deliberar sobre a pauta alegando que as matérias seriam de responsabilidade da Assembleia das Patrocinadoras.
- 11h – Reunião do Conselho Deliberativo entra em intervalo sem que a pauta fosse colocada em votação.
- 13h – Começa o Ato em Defesa da Cemig Saúde. Aposentados e ativos lotaram a frente do prédio da Cemig e marcharam para a Assembleia Legislativa.
- 14h40min – Tem início a Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
- 15h – A reunião do Conselho Deliberativo da Cemig Saúde é retomada quatro horas depois.
- 17h30min – Fim da Audiência Pública na ALMG com aprovação da convocação dos presidentes da Cemig, Reynaldo Passanezi, e da Cemig Saúde, Anderson Ferreira, para prestarem contas das alterações na Cemig Saúde. Os deputados também enviaram um ofício para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) analise a prestação de contas da Cemig e da Cemig Saúde.
- 18h30min – A ABCF publica a decisão dos deputados em convocar os presidentes da Cemig e da Cemig Saúde e um resumo de todos os requerimentos feitos ao TCE, ANS e Ministério Público do Trabalho.
Em poucos minutos, a matéria da ABCF recebe centenas de acessos simultâneos, comentários e likes e se espalha nos grupos dos eletricitários da Cemig.
- 19h11min – A rádio Itatiaia informa em seu noticiário noturno que os presidentes da Cemig e Cemig Saúde não só foram convocados, mas como são obrigados a comparecer à ALMG para prestar contas aos deputados.
A convocação pegou ambos de surpresa. O diretor de Relações Institucionais, João Paulo Menna Barreto, foi demitido no dia seguinte.
As patrocinadoras e a Cemig Saúde não divulgaram nada sobre o resultado da Assembleia das Patrocinadoras. Assim que tivermos mais informações, traremos uma matéria sobre este assunto.
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