A direção da Cemig Saúde já começou a negociar para aceitar a entrada dos planos de saúde da Minas Caixa, Prodemge e Fundação Libertas, fundo de pensão das empresas Copasa, Codemig, Cohab, Prodemge e dos funcionários da Libertas.
Os trabalhadores ativos da Prodemge (empresa de TI do estado de Minas Gerais) já receberam um comunicado interno na segunda-feira, 3 de fevereiro, com a informação de que foram iniciadas as tratativas para a migração do plano para a Cemig Saúde e que “a decisão foi validada junto ao Conselho de Administração na última quarta-feira (29/01/2025)”.
Na tarde de ontem, 10 de fevereiro, os trabalhadores da Prodemge realizaram uma assembleia para discutir o assunto.
A razão para todos entrem juntos na Cemig Saúde é a administração conjunta dos três planos de saúde são administrados pela Fundação Libertas. Embora tenham, contabilmente, fundos de reserva técnica (fundo garantidor) separados, eles são apresentados como um fundo comum (número único) na ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar).
Não há informações sobre se os planos entrarão como planos separados ou juntos.
Minas Caixa, Prodemge e Libertas: massa envelhecida, plano deficitário e rotatividade
O plano de saúde da Minas Caixa é o mais envelhecido de todos, mas como muitos de seus beneficiários já morreram, é superavitário. A Minas Caixa foi extinta em 1991, mas seus funcionários tinham um fundo de pensão próprio (Previcaixa) que se fundiu a outro fundo (Fundasemg), mudou de nome (Previminas) e hoje chama-se Fundação Libertas. Seus aposentados tiveram seu fundo transferido para o governo estadual e recebem dele seus benefícios. O plano de saúde, entretanto, segue sendo administrado pela Libertas.
O plano de saúde dos funcionários da Libertas tem poucos beneficiários (menos de 200) e muitos jovens, devido à política atual de muitas demissões e substituição de funcionários da Fundação Libertas.
A Prodemge tem cerca de dois mil beneficiários e seu plano é deficitário, segundo a própria direção da Prodemge.
A direção da Prodemge se dirigiu aos funcionários e deu a entender que os beneficiários vão ser cobertos por um plano que atende mais de 60 mil vidas.
Falta de transparência da direção da Cemig Saúde, como no caso do BDMG
Vamos deixar claro uma coisa: não temos nada contra os beneficiários destes planos de saúde. São ativos, aposentados e pensionistas dignos e trabalhadores. Contribuíram uma vida inteira para a construção de seus respectivos planos de saúde e previdência. Eles não têm culpa, assim como nós da Cemig também não, dos péssimos gestores que temos. As críticas são para a gestão sob a batuta de Zema nas estatais.
A falta de transparência da direção da Cemig Saúde, por exemplo, é espantosa. Para fazer um anúncio deste, as negociações entre Cemig Saúde e Fundação Libertas devem ter se iniciado há muitos meses ou, quem sabe, anos.
Este caso é muito parecido com o do plano de saúde do BDMG. Não há transparênca e os beneficiários da Cemig Saúde são, novamente, pegos de surpresa. Não se sabe, oficialmente, que regras vão reger os planos, de quanto é o fundo garantidor (colchão) deles e que (e se) análise atuarial foi feita.
Desde que a gestão Zema (partido Novo) na Cemig e Cemig Saúde arreganharam seu estatuto para acomodar os planos políticos e econômicos do grupo que governa Minas Gerais, a administração de nosso plano de saúde vai de mal a pior.
A ABCF vai discutir com as demais entidades as providências a serem tomadas.
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