A tendência de envelhecimento da população brasileira não tem sido acompanhada de medidas que garantam os direitos desse público, sobretudo no âmbito da saúde pública. Apesar de ocupar lugar de destaque no Estatuto do Idoso – que completou 15 anos no dia 1º de outubro – a garantia de acesso à saúde é um dos itens que mais registra queixas por parte dessa população.
A baixa oferta de políticas de cuidado para idosos que precisam de apoio, como os chamados centros-dia, é um dos gargalos apontados pelo presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara. Em entrevista à Agência Brasil, ele destacou a necessidade de uma rede integrada de atenção ao idoso e da formação e capacitação de profissionais para atender a demandas específicas dessa população em diferentes esferas.
“O idoso não é o adulto velho, assim como uma criança não recebe o mesmo cuidado de um adulto novo. É preciso treinar essas equipes que já estão em atuação com conhecimentos gerais em gerontologia, para que possam acompanhar essa população”, destaca.
Para Uehara, o modelo de saúde brasileiro “é do século passado”, focado em doenças agudas, infecciosas, que eram resolvidas com medicação. Hoje, entretanto, há uma prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e que exigem um cuidado contínuo, ao longo de toda a vida.
Desde 2012, o Brasil ganhou 4,8 milhões de idosos superando, em 2017, a marca de 30,2 milhões de pessoas nessa faixa etária.
Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, a previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que, em 2060, o índice de pessoas com mais de 65 anos no país passe dos atuais 9,2% para 25,5% – um em cada quatro brasileiros.
Fonte: Agência Brasil