A partir desta terça-feira, 1° de setembro, começa a valer a restrição para medicamentos de referência. A Cemig Saúde não vai mais reembolsar gastos com medicamentos originais quando houver um substituto genérico, o que contraria os hábitos de, pelo menos, 20 mil beneficiários. O número é da própria Cemig Saúde, que afirma que 35% dos beneficiários preferem os medicamentos de referência.
Outra surpresa desagradável para os participantes da Cemig Saúde é o corte do reembolso também dos remédios com fórmulas manipuladas. Até na véspera do corte de reembolso dos medicamentos de referência, as regras sobre o tema não foram publicadas.
Remédios manipulados cortados sem consulta aos participantes
No total, a Cemig Saúde tem 57.960 beneficiários, segundo o Relatório da Administração de 2019. No texto em que tenta convencer os beneficiários que esta decisão de cortar os remédios de referência do reembolso, a Cemig Saúde diz que “mais de 65% de nossos beneficiários já optam pela compra de medicamentos genéricos”. Portanto, cerca de 37 mil optam pelo genérico e 20 mil optam pelo medicamento original. Não é pouca gente.
A Cemig Saúde enviou um comunicado aos participantes informando que, além do corte do reembolso dos medicamentos originais, vai cortar também dos remédios com fórmula manipulada.
Pior que cortar um benefício é cortá-lo sem fazer qualquer tipo de consulta ao participante. Mais tarde, soube-se que este corte foi decidido em outubro de 2019 e só foi aprovado porque representantes eleitos do “Coletivo De Olho”, titular e suplente, se ausentaram da reunião do Conselho Deliberativo.
“Coletivo” sabia e não disse nada
A pergunta que fica é: se corte dos medicamentos de referência foi decidido em outubro de 2019, por que a Cemig Saúde só comunicou os participantes quase um ano depois? Outra pergunta é: por que os outros representantes eleitos pelo “coletivo” (formado por AEA-MG, Senge-MG, Sindsul, Sintest, Sindicato dos Administradores, Sindicato dos Contabilistas, Sindicato dos Advogados, Sindicato de Santos Dumont, Sindicato de Juiz de Fora), que estavam presentes, não disseram nada esse tempo todo? A AEA-MG saiu do “coletivo” dia 20 de agosto sem explicar o motivo.
O episódio da restrição dos medicamentos mostra, mais uma vez, que ter transparência e debater alterações antes das decisões com os beneficiários é uma prática proibida na Cemig Saúde.
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